A procura de novos horizontes, na tentativa de melhorar as condições de vida, tem levado, desde sempre, as pessoas a procurarem estabelecer-se onde crêem estar reunidas essas condições. As mobilidades, tanto são internas, com migrações rurais e urbanas, ou externas, com a emigração e imigração. Estas mobilidades podem ter origem forçada ou voluntária consoante o motivo que leva as pessoas a deslocarem-se para outras paragens. A duração dessas migrações pode ser temporária, quer seja por questões laborais sazonais ou por questões turísticas. A migração pode tornar-se definitiva, segundo o motivo que a tenha causado e também pode depender do acolhimento recebido no país de destino e a adaptação a diversos factores, como podem ser o clima, a língua ou a integração social.
No passado as mobilidades estavam muito condicionadas, a falta de estradas e de transportes impedia maiores deslocações. Nessa época, eram necessários vários dias para se percorrerem curtas distâncias. As carroças, puxadas por cavalos, foram os primeiros meios de transporte utilizados para as migrações, que até então se faziam a pé e de forma muito lenta. Surgiu depois o barco, como principal meio de transporte nas migrações de populações americanas e europeias. Após a revolução industrial, os meios de transporte evoluíram de forma considerável, com a invenção da máquina de vapor, introduzida no comboio e no barco, o que facilitou então o transporte de pessoas e mercadorias de forma mais rápida e para destinos mais longínquos.
Mais tarde, a energia eléctrica e outras inovações tecnológicas aplicadas ao comboio, avião e automóvel, permitiram a melhoria das suas funcionalidades em rapidez e conforto. Estas condições, aliadas ao gradual melhoramento das vias, tiveram como consequência a deslocação de pessoas em grande escala.
As migrações têm consequências favoráveis e desfavoráveis a vários níveis e consoante seja o país, o de origem ou de destino.
As consequências positivas, para os países de origem da migração, são a entrada de divisas provenientes das poupanças dos emigrantes, que ajudam a equilibrar as finanças do país. Podemos considerar também como aspecto positivo, que aqueles que não emigram, passem a ter, uma maior possibilidade na obtenção de um posto de trabalho, graças aos que o fizeram, que eventualmente possam ter deixado os seus empregos. É também positiva a difusão dos costumes e culturas, levada pelos emigrantes até outros países.
As consequências negativas são a perda de mão-de-obra, o envelhecimento da população e consequentemente a redução da natalidade, pela saída dos jovens em idade reprodutiva e laboral. Um dos efeitos negativos da emigração é poder ainda causar, na população, uma grande disparidade entre mulheres e homens, porque a maioria dos emigrantes são homens.
As consequências benéficas das migrações, para os países de destino, são o aumento da mão-de-obra, o rejuvenescimento da população e consequentemente os benefícios que daí advêm, como a dinamização económica do país e o aumento da natalidade. Os efeitos negativos para esses países de destino estão normalmente relacionados com o aumento das taxas de desemprego e problemas a nível de alojamento dos imigrantes, com o aumento dos bairros clandestinos.
Em Portugal, foram vários os motivos que levaram as pessoas a emigrar, por um lado a extrema pobreza, principalmente nas zonas rurais, que obrigava a um duríssimo trabalho de sol a sol e falta de recursos económicos para proporcionar instrução e melhores condições de vida aos filhos, por outro lado um regime político ditatorial, de perseguição e repressão ao livre pensamento e expressão de opinião. A saída massiva de população emigrante deu-se no fim dos anos 50, dirigindo-se então para a Europa e preferindo destinos como a França, Alemanha, Bélgica, Holanda, Luxemburgo e Suíça procurando aí trabalhos que lhes proporcionassem melhores condições de vida.
Sujeitaram-se ao exercício de pesadas e duras tarefas, mas sentiam-se recompensados economicamente, conseguindo até fazer algumas poupanças, que enviavam para Portugal. Muitas dessas pessoas, conseguiram uma integração total nos países de acolhimento, a nível social e cultural e são hoje aí, cidadãos de pleno direito, alguns, com filhos que lá nasceram e que têm hoje cargos públicos importantes, como por exemplo em França, Estados Unidos e Canadá.
As zonas mais afectadas em Portugal, pela emigração, foram as vilas e aldeias do interior, foi tão grande a desertificação, que se traduziu no abandono da agricultura, na falta de comércio, de escolas que foram encerrando, porque aí, as crianças em idade escolar são poucas e dizem os nossos governantes, não se justificar, manter-se uma escola aberta, só para uma dúzia de crianças.
Muitos outros povos, sentiram já também, a necessidade de emigrar por diferentes razões, os iraquianos por exemplo, refugiaram-se no Irão, por causas políticas e de guerra, para fugirem aos bombardeios, quando da invasão dos Estados Unidos ao Iraque. Outros, embora reconhecidos como os profissionais melhor qualificados da Europa, refiro-me à população dos países de leste, a falta de trabalho e as poucas condições de vida nesses países, obrigou-os a emigrar, encontrando-se agora repartidos por vários países europeus.
A partir de 2003 Portugal tornou-se também um país de imigração ao mesmo nível da emigração, com a entrada massiva de estrangeiros, sobretudo provenientes dos países de leste e do Brasil, que são agora a maior população estrangeira a residir em Portugal.

Neste processo todas as esferas da sociedade sofreram influências, integrando-se-lhes aspectos que não possuíam, é um fenómeno que ultrapassou múltiplas fronteiras, expandindo novas técnicas e aportando novos costumes.
A nível social, a cercania forçada pela globalização, transforma a época em que vivemos e cria mudanças culturais, devido à mestiçagem entre as várias culturas populares regionais, com tendência para uma única cultural mundial, isto não quer dizer que percamos a nossa identidade cultural, se assim não quisermos, porque só a nós compete preservar aquilo que a nossa cultura tem de melhor, seja na música, na gastronomia ou em qualquer outra das suas expressões, mas podemos enriquecer-nos ainda mais com o conhecimento de outros costumes e outras culturas.
O desenvolvimento científico e tecnológico e a crescente necessidade de comunicação entre as pessoas de todo o mundo estimulam a vontade de aprender outras línguas, de conhecer outros costumes, como meio de interacção pessoal e para melhor compreensão e aceitação dos outros cidadãos. A globalização é um enorme processo de anexação económica, política social e cultural dos países, com o recurso a económicos e recentes meios de comunicação e de transporte. As principais peculiaridades da globalização são: a revolução tecnológica nas comunicações e na informática, a expansão das colectividades para fora dos seus centros geopolíticos, a reestruturação geopolítica do mundo em grupos comerciais regionais e tornar semelhantes os centros urbanos.
A globalização não é boa nem má, apenas responsável por fazer chegar até nós tudo o que de positivo e negativo acontece no mundo, como é o caso desta grande crise económica mundial.
A globalização encarada e dirigida com o objectivo de uma verdadeira homogeneização e para a construção da “aldeia global” que se pretende, seria benéfica para todos.
Teria de começar-se por uma mudança de mentalidades, adquirindo a consciência que o planeta Terra, é de todos e para todos, porque independentemente da crença que se professe, quer se acredite na criação ou na evolução, devemos ter noção que o nosso planeta, assim como todos os outros, na sua origem não tinham fronteiras delimitadas nem registos de propriedade em nome de nenhuma nação ou pessoa singular. Deus, concedeu-nos este bonito planeta, para que todos possamos viver, para que todos tenhamos os mesmos direitos, o de o percorrer livremente, de escolher onde viver e trabalhar, e de entre todos os direitos, também o de beneficiar das suas riquezas naturais. Cabe a responsabilidade àqueles que têm a capacidade de criar grandes empresas, de gerir grandes negócios e de explorar essas grandes riquezas naturais, obtendo com isso grandes benefícios económicos, de criarem melhores condições de vida para as populações mais necessitadas. No mundo, veríamos reduzidas as grandes diferenças que existem na qualidade das condições de vida, com a maior partilha dos bens colectivos que o sentimento de posse nos faz arrecadar como um pertence individual e com muitos mais actos de solidariedade por parte de todos nós.
Milhões de nós temos a vida facilitada pelos nossos postos de trabalho, pelo uso das novas tecnologias, pelo acesso fácil à informação que nos chega de todo o mundo, mas em contrapartida, muitos outros milhões estão completamente privados de tudo isso, pelas complicadas condições de vida a que estão sujeitos, sem escolaridade e impossibilitados de obtê-la, sem poder aprender e nem descobrir que como seres humanos que são têm os seus direitos e os deveres. A globalização dá-nos hoje a saber rapidamente casos de violação dos direitos humanos, que podem rapidamente ser resolvidos devido a denúncias dos meios de comunicação.
Milhões de nós temos a vida facilitada pelos nossos postos de trabalho, pelo uso das novas tecnologias, pelo acesso fácil à informação que nos chega de todo o mundo, mas em contrapartida, muitos outros milhões estão completamente privados de tudo isso, pelas complicadas condições de vida a que estão sujeitos, sem escolaridade e impossibilitados de obtê-la, sem poder aprender e nem descobrir que como seres humanos que são têm os seus direitos e os deveres. A globalização dá-nos hoje a saber rapidamente casos de violação dos direitos humanos, que podem rapidamente ser resolvidos devido a denúncias dos meios de comunicação.
A globalização deveria ser o ponto de partida para a construção duma sociedade universal mais responsável e solidária.
Fontes de pesquisa:
http://www.scribd.com/doc/4014791/UM-DR4-Mobilidades-Locais-e-Globais-MLG
http://efabclc.wordpress.com/2009/03/23/mobilidades-locais-e-globais/
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